Em
quase todos os povos da Antiguidade encontram-se manifestações destes dois
campos em separados. O poder conquistador da música já se expressa na
mitologia grega em Orfeu, cujo canto acompanhado de lira sustava os rios,
amansava feras e movia pedras. A matemática também se faz presente desde os
tempos mais remotos, por exemplo na contagem das coisas. A interação entre
essas áreas torna-se fortemente manifesta a partir da necessidade de
equacionar e solucionar problemas da consonância, no sentido de buscar
fundamentos científicos capazes de justificar tal conceito.
Com
relação à organização de escalas musicais, esta ocorreu de diversas maneiras
em diferentes povos e épocas, porém com alguns aspectos em comum. Os gregos desenvolveram
os tetracordes e depois escalas com sete tons.
Teóricos
musicais como Pitágoras, Arquitas, Aristoxeno, Erastóstenes se dedicaram à
construção de escalas desenvolvendo diferentes critérios de afinidade. Por
exemplo, valorizando os intervalos de quinta perfeitas, bem como a utilização
somente de números de 1 a 4 na obtenção das frações da corda para gerar as
notas da escala, Pitágoras estabeleceu uma afinação utilizando percursos de
quinta para a obtenção das notas da escala.
Arquitas
constrói sua escala baseada em frações da corda resultantes de medias
harmônicas e aritméticas daquelas encontradas por Pitágoras no experimento do
monocórdio. Já Erastóstenes elaborou a diferenciação entre intervalos
calculados aritmeticamente a maneira de Aristoxeno, de intervalos calculados
pela razão.
Qualquer
movimento vibratório de ar na entrada do ouvido corresponde a um tom musical
que pode ser sempre e de maneira única exibido como uma soma de um número
infinito de movimentos vibratórios simples, correspondendo aos sons parciais
deste tom musical. As primeiras componentes na Série Harmônica correspondem
às freqüências associadas aos primeiros termos da Série de Fourier que
determinam portanto razões de pequenos números inteiros relacionados às
consonâncias pitagóricas, tanto uma corda como colunas de ar em instrumentos
de sopro possuem a característica de vibrar não apenas como um todo, mas
ainda simultaneamente como duas metades, três terços, quatro quartos e etc.
Do
ponto de vista matemático, observa-se que a força de cada harmônico
contribuirá para a construção da forma da vibração periódica que se relaciona
com o timbre do som.
Nos
instrumentos musicais, exploram-se e utilizam-se harmônicos de diversas
maneiras, os instrumentos de sopro obtêm harmônicos de um determinado som
soprando-o com maior intensidade, enquanto que os executantes de instrumentos
de corda podem fazer uma única corda vibrar em seções correspondentes a
determinado harmônicos, tocando levemente em pontos de máximo que inibem
harmônicos inferiores.
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terça-feira, 15 de julho de 2014
Origem da Matemática e da Música
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