1. Sobre a Cisplatina – PtCl2H6N2
(droga comumente utilizada no combate a tumores, que atua sobre o DNA evitando
a replicação das células), é importante considerar que a variação de sua
quantidade na corrente sanguínea é usada na determinação da quantidade da droga
a ser administrada ao paciente, tendo em conta sua alta toxicidade; a meia-vida
da droga é definida como sendo o tempo que leva para que uma
quantidade da droga decresça à metade da quantidade inicial; a variação da
quantidade de droga na corrente sanguínea decresce exponencialmente com o
tempo; uma certa injeção de Cisplatina gera imediatamente na corrente sanguínea
uma concentração de 6µg/mL, a qual decresce para 2µg/mL após 48 min.
Com base
nessa informação e com o apoio da tabela de valores do logaritmo abaixo,
identifica-se que a meia-vida da Cisplatina, em minutos, é de aproximadamente:
X 2 3
4 5 6
7 8 9
lnx 0,7
1,1 1,4 1,6
1,8 1,9 2,1
2,2
a) 25
b) 28
c) 31
d) 34
e) 37
Resposta da
questão 1:
[C]
[C]
A quantidade Q da
substância no organismo, em µg/mL, após t minutos, pode ser dada por Q = Q0.ek.t , com e
sendo o número de Euler. Logo, se a concentração inicial é 6µg/mL é 48min,
depois passa a ser de 2µg/mL,
Então 2 = 6 . ek
. 48 →ek = 3-1/48.
Portanto, a
meia-vida da cisplatina é tal que :
Q0/2 =
Q0 . (3-1/48)t →ln 2-1 = ln 3-t/48
→ -ln 2 = -t/48 . ln 3 → t = (0,7/11).48→t ≈31min.
2.
Em 2010, o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) realizou o último censo populacional brasileiro,
que mostrou que o país possuía cerca de 190 milhões de habitantes. Supondo que
a taxa de crescimento populacional do nosso país não se altere para o próximo
século, e que a população se estabilizará em torno de 280 milhões de habitantes,
um modelo matemático capaz de aproximar o número de habitantes (P), em milhões,
a cada ano (t), a partir de 1970, é dado por:
P(t) = [280 –
190.e-0,019(t-1970)]
Baseado
nesse modelo, e tomando a aproximação para o logaritmo natural ln(14/95) ≈
-1,9, a população brasileira será 90% da suposta população de estabilização
aproximadamente no ano de:
a) 2065.
b) 2070.
c) 2075.
d) 2080.
e) 2085.
Resposta da questão 2:
[B]
[B]
Para que a
população brasileira seja 90% da suposta população de estabilização, deveremos
ter
0,9 . 280 =
280 – 190.e-0,019(t-1970) → e-0,019(t-1970) = 14/95
ln e-0,019(t-1970) = ln 14/95 →
-0,019(t-1970) = - 1,9
t – 1970 =
1,9/0,019 = 2070
3.
Um
médico, apreciador de logaritmos, prescreveu um medicamento a um de seus
pacientes, também apreciador de logaritmo, conforme a seguir.
Tomar
x gotas do medicamento α de 8 em 8 horas. A quantidade de gotas y diária deverá
ser calculada pela fórmula log8y = log26
Considerando
log 2 = 0,3 e log 3 = 0,48, é correto afirmar que log2xé um número
do intervalo
a) [3,4[
b) [4,5[
c) [5,6[
d) [6,7[
e) [7,8[
Resposta da questão 3:
[D]
[D]
Mudando para a base 2, temos:
log2y / log28 = log26 → log2y / 3 = log26 →log2y = 3. log26 →log2y = log263 → y = 63
→ y = 216
Logo x = 216 /3 = 72 gotas, então 6 <
log272 < 7.
4.
Escalas logarítmicas são usadas para facilitar a representação e a compreensão
de grandezas que apresentam intervalos de variação excessivamente grandes. O
pH, por exemplo, mede a acidez de uma solução numa escala que vai de 0 a 14;
caso fosse utilizada diretamente a concentração do íon H- para fazer
essa medida, teríamos uma escala bem pouco prática, variando de 0,00000000000001
a 1.
Suponha
que um economista, pensando nisso, tenha criado uma medida da renda dos
habitantes de um país chamada Renda Comparativa (RC), definida por RC = log(R/R0)
em
que R é a renda, em
dólares, de um habitante desse país e R0 é o salário mínimo, em
dólares, praticado no país. (Considere que a notação log indica logaritmo na
base 10).
As
rendas, em dólares, de Paulo e Rafael, dois habitantes desse país, são
respectivamente iguais a R1 e
R2, se a Renda Comparativa de Paulo supera a de Rafael em 0,5, então
a razão R1/R2 vale aproximadamente
a) 5,0.
b) 3,2.
c) 2,4.
d) 1,0.
e) 0,5.
Resposta da questão 4:
[B]
[B]
Do enunciado, segue que
RC1 = RC2 + 0,5 →log(R1/R0)
= log(R2/R0) + 0,5
log(R1/R0) - log(R2/R0) + 0,5 → log(R1/R2)
= 0,5→R1/R2=100,5=√10≈3,2
5.
O conceito de número primo, um número natural maior que 1, divisível apenas por
1 e por ele mesmo, remonta aos matemáticos da Grécia Antiga. Por volta de 350
a.C., Euclides provou que qualquer número inteiro maior que 1 ou é primo ou
pode ser escrito como o produto de números primos de forma única, exceto pela
ordem em que os primos são escritos. Essa propriedade, que é formalizada por
meio do teorema fundamental da aritmética, pode ser transposta à química,
estabelecendo uma comparação entre números primos e átomos: blocos fundamentais
a partir dos quais os números/estruturas moleculares são construídos. Assim
como conhecer a estrutura molecular única de uma substância pode nos dizer
muito sobre suas propriedades, conhecer a decomposição única de um número em
fatores primos pode nos dizer muito sobre suas propriedades matemáticas.
Euclides
provou indiretamente que existem infinitos números primos ao mostrar que não
existe o maior número primo. Supondo que existisse tal número e representando-o
pela letra P, Euclides provou que, ao se multiplicar todos os números
primos de 2 a P, incluindo estes, e acrescentando-se 1 ao resultado,
obtém-se um novo número primo, naturalmente maior que P.
Outro
fato importante é que, à medida que se consideram números cada vez maiores, os
primos parecem escassear. Enquanto existem 4 primos menores que 10, existem
apenas 25 menores que 100, só 168 menores que 1.000 e 1.229 menores que
10.000.
Podemos considerar esses dados como a taxa média segundo a qual os primos
surgem: 0,4 abaixo de 10; 0,25 abaixo de 100; 0,168 abaixo de 1.000; e 0,1229
abaixo de 10.000. Essas quantidades podem ser tomadas como “densidades” (DN)
dos primos menores ou iguais ao número natural N, calculadas assim: DN
=P(N)/N,
em que P(N) é o total de primos
menores ou iguais a N. Assim, ficam as perguntas: DN diminui
à medida que N aumenta, ou chega-se a um ponto em que a situação se
inverte e encontram-se agrupamentos de primos? Existe algum tipo de padrão para
a maneira como os primos se localizam no conjunto dos números naturais, ou eles
se distribuem de maneira caótica?
Em
1791, quando tinha apenas 14 anos de idade, Gauss percebeu que a densidade dos
primos é aproximadamente igual a 1/ln(N), em que ln(N) é o logaritmo natural de
N. De acordo com Gauss, quanto maior for N, melhor será essa
aproximação. De acordo com o texto, Euclides provou de maneira indireta que a
quantidade de números primos existentes é infinita. Um fato fundamental
utilizado por ele para chegar a essa conclusão é que
a) o
produto de números primos distintos maiores que um número natural P fixado
resulta em um número primo.
b) as
potências inteiras de um número primo acrescidas de uma unidade resultam em um
número primo.
c) o
produto de números primos distintos acrescido de uma unidade pode gerar um
número primo.
d) o
acréscimo de uma unidade a um número infinitamente grande resulta em um número
primo.
Resposta da questão 5:
[C]
[C]
Consideremos o número primo 7. Como 7 = 23 +1, temos que 7 pode ser escrito como o produto de dois
números primos distintos (2 e 3) acrescidos de uma unidade.
6. A magnitude de um terremoto na escala Richter é proporcional ao
logaritmo, na base 10, da energia liberada pelo abalo sísmico. Analogamente, o
pH de uma solução aquosa é dado pelo logaritmo, na base 10, do inverso da
concentração de íons H+.
Considere as seguintes afirmações:
I. O uso do logaritmo nas escalas mencionadas
justifica-se pelas variações exponenciais das grandezas envolvidas.
II. A concentração de íons H+ de uma solução
ácida com pH 4 é 10 mil vezes maior que a de uma solução alcalina com pH 8.
III. Um abalo sísmico de magnitude 6 na escala Richter
libera duas vezes mais energia que outro, de magnitude 3.
Está correto o que se afirma somente em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I
e II.
e) I
e III.
Resposta
da questão 6:
[D]
[D]
I.
Correta, uma vez que função logarítmica e função exponencial são funções
inversas. logab = k Þ ak = b (b > 0).
II.
Correta. pH = log10 1/[H-] Þ 10ph= [H+]-1Þ[H+]=10-ph
Assim:
[H+]1=10-4 e [H+]2=10-8
Þ[H+]1/[H+]2
= 10-4/10-8= 104= 10000.
III.
Errada. O enunciado afirma que a magnitude (M) é proporcional ao logaritmo, na
base 10, da energia liberada (E) no abalo. Transformando essa afirmação numa
sentença matemática temos: M = k log10E,
sendo k a constante de proporcionalidade. Assim, com M1 = 6 e M2
= 3, vem:
6
= k log10E1 e 3 = k log10E2
Þ 6/3 = klogE1/klogE2
=2ÞlogE1/logE2=2 Þ logE1=2logE2 Þ E1=(E2)2.
Na afirmação consta que E1 = 2 E2.
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